13.1.10

A IDADE MÉDIA JÁ FOI!



Na Idade Média, os responsáveis por exercer a medicina eram os monges católicos. A partir de 1163, a Igreja proibiu os monges de realizarem qualquer tipo de procedimento cirúrgico – incluindo os tratamentos dentários. Essas tarefas ficaram então, a cargo dos barbeiros.
Porquê? Em primeiro lugar, é bom dizer que os barbeiros medievais não cuidavam apenas de pêlos. De tanto ir aos mosteiros fazer a barba e rapar os cabelos aos monges, os barbeiros acabavam por aprender um pouco de medicina com esses membros da igreja. Tornaram-se, com o tempo, auxiliares cirúrgicos dos monges. Quando estes, por imposição da Igreja, tiveram de deixar de realizar actos cirúrgicos, os barbeiros, especializados nos diversos tipos de intervenções que os sacerdotes já não podiam fazer, começaram eles mesmos a exercer! Tiravam pedras dos rins, drenavam abcessos, praticavam sangrias e, é claro, extraíam dentes. Com o passar dos anos e com o aligeiramento da atitude da Igreja, os monges puderam retomar as suas cirurgias. Mas os barbeiros tinham-se tornado tão bons extractores de dentes, que alguns médicos encaminhavam-lhes os pacientes que precisavam de ajuda odontológica.
O aumento de prestígio dos Cirurgiões-Barbeiros, como passaram a ser chamados, começou a causar confusão dentro da medicina. Em 1540, o rei Henrique VIII da Inglaterra, publicou um estatuto para a Real Comunidade dos Cirurgiões-Barbeiros, delimitando as áreas de actuação dos barbeiros e dos médicos. As extracções dentárias ficaram permitidas aos dois grupos. Até o século XVIII, a maior parte dos barbeiros continuou a oferecer serviços dentários aos seus clientes. A Medicina Dentária continuou a ser exercida de forma um tanto ou quanto ilegal, por profissionais incompetentes. Alguns, por exemplo, costumavam armar tendas em mercados e feiras livres.
Assistir às manipulações feitas pelos barbeiros, na boca dos pacientes de rua, era uma das diversões preferidas dos transeuntes.

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